domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bem vindos a Jacobina !




Histórico

Em princípios do século XVII, a corrida de bandeirantes e portugueses às minas de ouro descobertas em terras do atual município (ao que se sabe, por Roberto Dias) foi a origem da corrente inicial do devassamento e povoação de Jacobina. A notícia de exploração de minérios fluir ao lugar numerosos contigentes humanos, vindo de recantos longínquos, para aí se aglomerarem, sedentos de ouro fácil. Um dos primeiros a chegar foi Belchior Dias Moreia. Depois dele, por volta de 1652, quando a mineração já ocupava 700 batéias, ali chegou Antônio de Brito Correia e depois os Guedes de Brito, estes acompanhados de muitos colonos e escravos.
Iniciaram-se, também, por essa época, as atividades suplementares de criação de gado e de culturas agrícolas essenciais. À proporção que novas levas de braço chegavam para o garimpo, o arruado a margem do Itapicuru Mirim ia crescendo rapidamente, reunindo população inicial bastante densa e heterogênea.
A exploração aurífera prosseguia fora do controle oficial e em escala tão crescente que o governo da metrópole, para melhor garantir a arrecadação do seu dízimo, por Provisão do Conselho Ultramarino de 13 de maio de 1726, determinou que o Governador da Província criasse duas casas de fundição, sendo que uma devia instalar-se em Jacobina em 5 de janeiro de 1727 e outra em Rio de Contas. O resultado foi surpreendente e auspicioso, arrecadando-se, na mina de Jacobina, em apenas dois anos, cerca de 3.841 libras de ouro, não obstante a difícil fiscalização sobre atividade de tal natureza.
Entrementes o progresso opulento que emanava das minas adquiria forma e a Coroa promoveu o barulhento arraial à categoria de vila mediante Carta Régia de D. João V, datada de 5 de agosto de 1720. Com o nome de Vila Santo Antônio de Jacobina a nova povoação integrava as freguesias de Santo Antônio de Pambu e Santo Antônio do Urubu. O lugar escolhido para ser sede foi a chamada Missão de Nossa Senhora das Neves do Say, aldeia indígena fundada por padres franciscanos em 1697. A instalação deu-se em 2 de junho de 1722, em solenidade presidida pelo coronel Pedro Barbosa Leal, na qualidade de representante do Vice-Rei e do Governador da Província, Vasco Fernandes César. Por estar situada em lugar distante das minas, a sede da vila foi mudada, em 15 de fevereiro de 1724, da Missão do Say (atualmente pertencente ao município de Senhor do Bonfim) para a Missão do Bom Jesus da Glória, outra aldeia de índios, fundada em 1706 também por missionários franciscanos, que tentaram promover a catequese dos paiaiás. Nesse local, edificaram-se a Igreja e o Convento de Bom Jesus da Glória.
A vila de Jacobina estendia-se por cerca de 300 léguas, em terras de propriedade da Casa da Ponte, dos Guedes de Brito, abrangendo desde o Rio de Contas e indo até os limites de Sergipe, incluindo a Cachoeira de Paulo Afonso. As terras onde se encontra atualmente a cidade pertenceram a Antônio Guedes de Brito, Antônio da Silva Pimentel, João Peixoto Veigas e Romão Gramacho Falcão. Em 1837, pela Lei Provincial n.49, de 15 de março, o território do munícipio foi acrescido das terras de Mundo Novo, atribuindo-se a José Carlos da Mota o seu primeiro contato com elas.
A partir de 1848, a notícia da descoberta de diamantes na Chapada Diamantina, determinou o êxodo de grande número de mineiros, sempre ávidos por novas aventuras. Seguiu-se então prolongada fase de paradeiro, que provocou o declínio das atividades locais, causa da demora para a elevação da vila à categoria de cidade, o que só ocorreu em 1880, pela Lei Provincial 2.049, de 28 de julho, valendo-lhe o título de Agrícola Cidade de Santo Antônio de Jacobina. Sua instalação ocorreu a 11 de janeiro de 1893, no governo de Joaquim Manoel Rodrigues Lima.
O primeiro prefeito de Jacobina, Antônio Manoel Alves de Mesquita, tomou posse em 1893. Foi procedido na chefia do executivo, por junta de cinco membros nomeados pelo Governador, que administrou o município durante o período 1890/92.
Finamente, como fato histórico importante, sobressai-se a atitude da Câmara Municipal, que, reunida extraordinariamente em 21 de outubro de 1822, prestou solidariedade e fidelidade ao Príncipe Regente, por ocasião da Proclamação da Independência. 


POEMA:
Doracy Araújo Lemos 

MÚSICA:
Amado Honorato de Oliveira
Rodeada de serras majestosas
Dos Payayá herdamos Jacobina
A masi linda terra entre as formosas /
Na encosta da Chapada Diamantina /
Tua história de fatos trepidantes
De cisvismo, grandeza e tradição
Glória aos bravos Bandeirantes
Que te fizeram "Rainha do Sertão"
Aos Missionários dedicados
Nosso preito de eterna gratidão
Pelos seus feitos denodados
A prove é a Igreja da Missão. 

RODEADA DE TERRAS MAJESTOSAS .......
.
Tuas serras, teus rios unidos,
Encerram em profusão toda riqueza
Teus Bravos filhos destemidos
Em luta pela tua grandeza
Nós nos afanamos com ardor
Por JACOBINA nobre senhoril
Que a todos recebe com amor
Pedaço da Bahia e do Brasil!...
RODEADA DE TERRAS MAJESTOSAS ........
Para ouvir o Hino, clique aqui 

Principais Bens Representativos da Cultura e da História 


  • Capela do Bom Jesus da Glória 
Praça das Missões, s/n
Data de criação: Início do século XVII 

Edifício desenvolvido simetricamente segundo o eixo longitudinal. Possui capela-mor e nave, que são envolvidas pela sacristia, consistório, alpendre, capela lateral e copiar. Da varanda lateral, com bancos em alvenaria à sua volta, nascem as escadas do púlpito e coro. A fachada é dominada pela presença do copiar. Duas janelas baixas com grades rústicas de madeira flanqueiam a portada. Completa a fachada uma graciosa sineira de madeira.
Mantenedor: Paróquia

  • Paroquial de Jacobina
Rua Professor Tavares, 108
Data de criação: final do século XIX
Sobrado com dois pavimentos e sótão. Planta retangular, com circulação central. No primeiro andar, existe uma varanda posterior sobre pilares de tijolos. A fachada principal, emoldurada por cunhais e cornija, tem porta central, superposta por uma janela rasgada, ambas ladeadas por janelas, também de vergas retas.
Mantenedor: Paróquia
  • Igreja Santa Rosa de Lima
Avenida Santa Rosa de Lima, s/n ? Paraíso.
Data de criação: Meados do século XX
Mantenedor: Paróquia

  • Igreja de São João
Praça do Comércio, s/n ? Vila do Itapeipu.
Data de criação: Meados do século XX
Mantenedor: Paróquia
Igreja da Conceição
Sua planta compõe-se de um núcleo central formado por nave e capela-mor, que é envolvido por sacristias, alpendre lateral e corredor. O frontispício austero é constituído de um corpo central, que culmina em frontão triangular, flanqueados por duas torres, com robustos cunhais. A torre esquerda apresenta terminação piramidal, enquanto à direita, telhado de quatro águas. A fachada posterior possui nicho com terminação em arco pleno. O adro, originalmente da terra batida, foi pavimentado, em meados do presente século, por lousas de arenito.
Mantenedor: Paróquia

  • Matriz de Santo Antônio de Jacobina
Praça Rui Barbosa, s/n.
Data de criação: Meados do século XVIII
Edifício prejudicado pela mutilação e inserção de elementos não condizentes. Sofreu sucessivas intervenções, neste século, que alteram a sua volumetria, disposição espacial e fachada. Apresenta, atualmente, planta retangular constituída por nave principal e capela-mor, envolvidas por falsas naves laterais, coros baixos e sacristias transversal. As bases são ocupadas por um batistério e uma capela. O frontispício atual, muito duro, é dividido por pilastras em três partes. Na central, há portada em cantaria com friso abaulado, três janelas de coro com esquadrias de ferro e frontão triangular novo. Os corpos laterais são constituídos por duas torres de alturas diferentes, com terminações piramidais.
Mantenedor: Paróquia.



Fonte: Prefeitura Municipal de Jacobina
Autor do Histórico: SÔNIA MARIA DA SILVA NEVES

Visite Jacobina



Jacobina é um município brasileiro do estado da Bahia criado em 1722. Localiza-se a latitude 11º10'50" sul e a longitude 40º31'06" oeste, estando a uma altitude de 463 metros. Sua população atual (censo 2010) é de 79.285 habitantes.

Chegar a Jacobina é muito Fácil. O acesso é rodoviário, a partir de Salvador, pela BR-324, que se encontra em boas condições de tráfego. As empresas de Transporte que servem o município são Empresa Gontijo de transportes Ltda., São Luis e Águia Branca.  

 
Jacobine é uma cidade encantadora, rodeada por serras, morros e cachoeiras, apresenta como um excelente destino para quem gosta do turismo ecológico. 
Além das belezas naturais, Jacobina possui um rico patrimônio histórico-cultural, que narram a história local.



POESIA -VERA JACOBINA

JACOBINA MEU ENCANTO



 Em Jacobina,
tudo é tão lindo,                       
um encanto!

É um deslumbramento,
olhar suas serras,
percorrer cada canto.
                                                                              
Cachoeira dos Amores
É tanto lugar bonito,                                                   
que de todos,
é difícil lembrar.
Tem as cachoeiras,
de beleza ímpar,
a nos deslumbrar.
                                                                                       



Serra do cruzeiro - caminhada da luz

Igreja da Missão
A serra do cruzeiro,
que nos deixa a vislumbrar,
o lindo por-do-sol, de arrasar. 

A igreja da Missão,
construída pelos índios,
e  pelos Jesuítas.                                                                                                                                                        

Casarões da Matriz
Praça Castro Alves - Igreja matriz
A praça Castro Alves,      
Marujada
formada pelo belo conjunto,
de casarões e a igreja matriz.
E as festas populares?
A começar pela micareta,
que tem de tudo, até careta.



A marujada é a sensação,
costuma desfilar,
quando há procissão.

A filarmônica 2 de Janeiro
apresenta-se  quase que,
o ano inteiro.
De uma coisa tenho certeza,
Jacobina é uma cidade linda,
de belos lugares.

Quem por aqui passa,
se deslumbra, apaixona-se...
E quer ficar!

Jacobina-Ba., 18 de maio de 2010
Fonte: http://www.cidadedoouro.com.br/2010/05/poesia-vera-jacobina.html
Informações e telefones úteis

Prefeitura Municipal de Jacobina.
administracao@jacobina.ba.gov.br
(74) 3621-3611

Serviço de Informaçãp ao Turista: Fone: (74) 3621-2797
Email: sicomtur@jacobina.ba.gov.br

Correio
Endereço: Rua Senador Pedro Lago,nº160 - Centro
Telefone: (74) 3621-3151

Banco do Brasil
Endereço: Rua Senador Pedro Lago,nº 210 – Centro.
Telefone: (74) 622-7011

Banco do Nordeste
Endereço: Rua Senador Pedro Lago, nº203 – Centro.
Telefone: (74) 3621-3926

Bradesco
Endereço: Rua Senador Pedro Lago, nº 117 – Centro.
Telefone: (74) 3621-3521
 
Caixa Econômica Federal

Endereço: Rua Senador Pedro Lago, nº70 – Centro.
Telefone: (74) 3621-5501

__________________________________
Hotéis e pousadas

Hotel Esmeralda Palace   -   Rua Artur Diniz Veloso, N°550
Telefone: (74) 3621-0285

Fiesta Park Hotel   -       Avenida Paulo Souto, N°700
Telefone: (74) 3621-6916
Fax: (74) 3621-6916


Hotel Hotel.com -  Rua Manoel Novaes, 164 1º Andar Telefone: (74) 3621-4647
Fax: (74) 3621-5204


Hotel Jacobina Palace       -     Rua Manoel Novaes, 210
Telefone: (74) 3621-2488
Fax: (74) 3621-3467

   
Pousada Jovem Jota   -    Rua Antônio Teixeira Sobrinho, 200 Telefone: (74) 3621-3203
Fax: (74) 3621-3003   

Hotel Serra do Ouro    -    Largo Monte Tabor, S/nr - Caixa D Água
Telefones: 75 3621-3324 / 74 3621-3325.
 Fax: 75 3621-3324 / 74 3621-3325.
Site: http://www.serradoouro.com/

Santa Rita Pousada   -   Praça Rio Branco, 143 - Centro
Telefones: (74) 3621 3773 / (74) 3621 7151


Restaurantes:

Rancho Catarinense - Avenida Nossa Senhora da Conceição, 1188
Telefone: (0xx)74 3621-1889

Carro de Boi - Restaurante e Pizzaria  - Rua J. J. Almeida Gouveia, 58 - Alto da Missão
Telefone: (0xx)74 3621-7111

Rancho Catarinense  -  Av. Orlando Oliveira Pires, 200.
Telefone:  (0xx)74 3621-3602

Hotel e Restaurante do Coelho  -  Rua Morro Chapéu, 110 - Missão.
Telefone: (0xx)74 3621-3181

Restaurante e Lanchonete Hiper Ramos Ltda   -  Rua Sílvio Dias Pires, 70.

FESTIVAL INTERNACIONAL DE CAPOEIRA

                                                             Fonte: Arquivo Pessoal

Todos os anos, desde o ano de 2000, ocorre na cidade de Jacobina o Festival Internacional de Capoeira, festival este promovido pelo Grupo de Capoeira Jacobina Arte. Geralmente ele acontece ou no mês de abril ou no mês de dezembro num período de três dias. Inicia-se com workshops e palestras referentes à capoeira que geralmente acontecem no Ginásio de Esportes Paulo Santos Gomes e no CAMPUS IV da UNEB, e se encerra com uma grande roda de capoeira no Espaço Cultural Luis Eduardo Magalhães, no Alto da Missão. O festival reúne capoeiristas de diversos grupos e de diversas localidades, estados e países. Capoeiristas da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, França, Alemanha, Grécia, Croácia, Itália dentre outros lugares, todos os anos se dirigem à cidade de Jacobina para participarem do festival. O festival internacional de capoeira é uma atividade sem fins lucrativos, aberta aos praticantes da capoeira e à população.

Em todas as edições do evento, a população sempre esteve presente prestigiando como espectadores a nobre arte capoeira. O festival é uma forte atração turística, recreativa e de lazer para os praticantes, amantes e admiradores da capoeira que percorrem grandes distâncias para poderem participar.

A capoeira em Jacobina é também um forte elemento cultural turístico. O Grupo de Capoeira Jacobina Arte realizador do evento, através da capoeira, difunde a beleza da cidade pela Europa, fazendo com que muitos estrangeiros se interessem em conhecer a cidade. E é no ensejo do festival  que esses visitantes aproveitam para conhecerem outras atrações turísticas da cidade.

A capoeira é de origem afro-brasileira, uma vez que foi criada pelos negros africanos aqui no Brasil. Ela tem vários formatos se configurando em luta, dança e arte, folclore, esporte, educação e filosofia de vida. Foi a partir dos anos 60 que a capoeira começou a ganhar destaque após sua inclusão nas escolas públicas e nos espetáculos montados para turistas.

Francisco Targino

Música e Turismo










Igreja da Conceição em  Jacobina -Ba


 IGREJA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO


 Localizada no sopé da encosta da Serra da Conceição a Igreja esta implantada sobre um grande terraplano,contido por robusto muros de arrimo.O acesso ao adro se dá através de escadaria,que se projeta sobre a rua.Sua grande festa acontece no dia 08 de dezembro de cada ano com a comemoração do dia de Nossa Senhora da Conceição.Esta Igreja pertence a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição,cujo o compromisso teria sido aprovado em 1758.O ano de construção está datado de 1759,e suas caracteristicas demonstram um tipo de construção de meados dos setecentos,destacando-se o alpendres laterias.

Igreja da Conceição

Sua planta compõe-se de um núcleo central formado por nave e capela-mor, que é envolvido por sacristias, alpendre lateral e corredor. O frontispício austero é constituído de um corpo central, que culmina em frontão triangular, flanqueados por duas torres, com robustos cunhais. A torre esquerda apresenta terminação piramidal, enquanto à direita, telhado de quatro águas. A fachada posterior possui nicho com terminação em arco pleno. O adro, originalmente da terra batida, foi pavimentado, em meados do presente século, por lousas de arenito.

Mantenedor: Paróquia

Segundo a história de Jacobina narrada pelo incansável Padre José, ex-pároco da Paróquia de São José Operário, a igreja da Imaculada foi construída devido a uma disputa de duas famílias que dominavam a cidade. Na época, e também hoje, a questão religiosa e devocional estava profundamente ligada a questões políticas e ao domínio de famílias que detinham poder aquisitivo. Assim, para demonstrar força, foi erguida a nova igreja e, devido à desobediência de tais famílias quando da visita do Arcebispo de Salvador, a mesma foi oficialmente fechada por um longo período de tempo.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011


FONTE: www.ispiaki.com.br

Localizada no alto da Serra das figuras, a Igreja de São Miguel constitui-se num dos marcos divisórios entre os municípios de Jacobina, Caém, Saúde e Mirangaba. Dela se
FONTE: Arquivo pessoal.
descortina ampla vista, que tem como limite o perfil ondulado das serras circundantes. O acesso ao monumento realiza-se através de estrada que liga a sede municipal ao Povoado de Santa Cruz, sendo que é necessário andar mais 12 Km de trilha, a partir desse povoado.
A Igreja encontra-se em ruínas, porém no passado era centro de peregrinações. No dia 29 de setembro, ou no primeiro domingo após esse dia, celebrava-se ali a festa em louvor ao Arcanjo São Miguel, que atraia grande número de fiéis.
Trata-se de um edifício de relevante interesse arquitetônico. Não foi possível determinar com precisão o ano de fundação dessa igreja. “Segundo amado Barberino, teria sido construída por volta de 1755, por Romão Gramacho”, o que é confirmado pela tradição oral. Romão Gramacho falcão foi de fato grande proprietário de terras na região do município de Jacobina. Gramacho descobriu ricas bateias de ouro no morro denominado Palmas.
Em 15 de outubro de 1960, foi solicitado ao SPHAN, pelo então prefeito Florisvaldo Barberino, conjuntamente com o Frei Venâncio Willeke, o tombamento deste monumento histórico.
FONTE: Arquivo pessoal.
Atualmente o monumento, além de receber visitas religiosas, é comum pessoas que gostam não somente de se aventurar em longas trilhas mas também são atraídos pela curiosidade em conhecer de perto a arquitetura, as ruínas antigas da Igreja e ainda tem a oportunidade de conhecer de perto a  natureza exuberante da região.   





Referência:
BRANDÃO, Maria Azevedo, 19 - Jacobina: passado e futuro. Jacobina-Ba: Acija, 1993.

FONTE: Arquivo pessoal.
FONTE: Arquivo pessoal.


Ecoturismo em Itaitú


 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A primeira Micareta do Brasil: A Micareta de Jacobina/BA

A MICARETA DE JACOBINA: O RESULTADO DA CRIAÇÃO FRANCESA QUE VIROU MODA NA BAHIA E NO BRASIL



     Figura 1: Foto da Micareta de Jacobina 1936
     Fonte: Google (na própria foto tem a referência de quem a fotografou)
Na verdade, tudo começou com uma antiga festa francesa, a Mi-carême, que acontecia no país desde o século XV, sempre no meio da quarentena – período que acontece a Páscoa.
Este modelo europeu inventou uma festa de “meia quarentena”, já que antes, o evento acontecia apenas em sua data oficial, no começo do ano. Seu objetivo era integrar a comunidade, sem seguir rigorosamente o dogma religioso de purificação durante quarenta dias antes do renascimento de Cristo. O primeiro contato brasileiro com o termo se deu na cidade baiana de Jacobina, em 1933, quando o jornal local “O Lidador” passou a estimular a realização de novas celebrações na cidade, inspirado pelo modelo francês. A pesar da folia ter sido divulgada nesse ano, havia um precursor que criou um dos primeiros blocos de rua do Estado em 1912.
Trata-se de Porcino Maffei um cidadão Italiano, que organizou os festeiros locais em um grupo batizado de “As Copas” que foi o primeiro bloco carnavalesco do Brasil. Neste período, municípios que hoje são referência na folia, como Salvador e Feira de Santana, nem mesmo tinham um projeto similar. Com a popularização local dos carnavais (fora de época) jacobinenses, em 1935, o mesmo periódico aportuguesou a Mi-carême (que significa literalmente, Meia-quarentena), transformando-a em Micareta, que viera ser conceituado como “carnaval fora de época”. Os jornalistas também sugeriram outros nomes, que ficaram menos conhecidos, como “Bicarnaval”, “Sertanejas Alegres” e “Refolia”.
Em 1936 foi registrado outro bloco os “Assassinos da Tristeza” que conforme o nome, reuniam diversas pessoas para acabar com a tristeza juntada durante o ano. A foto abaixo mostra esse registro feito por J. Rodrigues:




 Figura 2: Foto do Bloco “Assassinos da Tristeza” 1936.
 Foto: Juventino Rodrigues.


O outro registro fotográfico foi datado do mesmo ano, registrando outro bloco local que desfilava próximo à Igreja da Matriz de Santo Antônio, na Praça da Castro Alves:



















Figura 3: Foto do Bloco “Salgueiros do Amor” 1936.
Foto: Juventino Rodrigues.

Essas fotos mais que nunca, deixam evidências que Jacobina originou a Micareta, e os instrumentos são comprovações das machinhas que eram tocadas naquela época. As fotos evidênciam imageticamente um pouco da dimensão e os estilos proporcionados pela festa. Segundo Almeida e Oliveira (s/d) nessa época a “filarmônica, ou sociedades musicais era que comandavam as festas”.
Em 1937, a cidade de Feira de Santana, localizada no interior baiano, também realizou sua primeira Micareta, graças a um grupo de cidadãos inconformados pela não realização do carnaval na região, motivada pelas fortes chuvas daquele ano.
Estes feirenses decidiram transferir o período do evento, reunindo inéditos blocos e escolas de samba fora da temporada tradicional, que desfilaram pelo centro da cidade equipado com 200 camarotes.
Até os anos 1990 a folia ficou restrita aos baianos, depois ganhou os holofotes em todo o Brasil e se transformou em uma “febre” entre os universitários e jovens em geral, de  outros estados como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros.
Os responsáveis  por essa popularização do evento foram conjuntos e músicos novos e veteranos do axé, que ganharam destaque no país durante a década de 1990, como Banda Eva, Chiclete com Banana, Netinho, Jamil e Uma Noite, É o Tchan, Asa de Águia, Araketu, Ivete Sangalo, entre outros. É importante ressaltar que todas essas bandas supracitadas já estiveram na Micareta de Jacobina.
No início esse festejo fazia parte de todas as áreas centrais da cidade, tendo como antecedente à micareta a “Lavagem  do Beco do Lelinho” que perdurou diversos anos, além do baile vermelho e branco, hoje também extinto.
Atualmente, as Micaretas acontecem durante todas as épocas do ano no Brasil,  com versões ao ar livre e também indoor (dentro de casas noturnas), mas sem abandonar suas tradições mais emblemáticas, como o trio elétrico, blocos com os abadás, pipocas e a animação típica do carnaval brasileiro. Em Jacobina, o festejo acontece geralmente no final do mês de  abril ou início de maio.
Com a modernização dos trios elétricos, sendo estes cada vez maiores e mais potentes, o circuito que ficou por muito tempo na Praça Rio Brando à Praça da Castro Alves “Matriz” foi transferido. Hoje o evento acontece no circuito da Avenida Orlando Oliveira Pires e Avenida Lomanto Junior, todas essas mudanças foi no intuito de trazer uma melhor acomodação ao público que aqui presencia e o nome atual dado a esta festa da Micareta é “Jacofolia”.


 Figura 4: Foto da Multidão de foliões no novo circuito, ao fundo um trio elétrico moderno.
 Fonte: spiaki.com.br            




         


       Figura 5: Foliões na Micareta, palanque moderno.
       Fonte: cidadedoouro.com.br

















Figura 6: Foliões na Micareta 2010; Barracas e camarotes modernos
Foto: Ricardo Pereira Menezes

A tradicional Micareta de Jacobina atrai milhares turistas de todo território nacional e até mesmo visitantes internacional, gerando economicamente muitos benefícios para a cidade como emprego efêmero à população, hospedes para a rede hoteleira, alugueis temporários de residências, aluguel do trio elétrico e movimenta todo comércio local, gerando em torno da micareta diversas rendas com confecção dos abadas para os blocos e suas respectivas vendas, além disso, os cordeiros (pessoas que seguram as cordas) e diversos outros trabalhadores ambulantes usufruem economicamente deste evento.
Outros fatores importantes desta festa são os grupos culturais tradicionais que desfilam como o caso do grupo “Os Cãos” e “Filarmônica 2 de Janeiro”, conforme fotos abaixo.


                                      
                Figura 7: Os Cãos
Fonte: Adenor Gondim



     Figura 8: Filarmônica 2 de Janeiro
     Fonte: Google (Não foi encontrado fotos antigas da filarmônica)





 Cada cidadão, ao conhecer as características sociais, culturais e naturais do lugar onde vive, bem como as de outros lugares, pode comparar, explicar, compreender e espacializar as múltiplas relações que diferentes sociedades em épocas variadas que estabeleceram e estabelece com a natureza na construção do seu espaço geográfico. PCNs HISTÓRIA E GEOGRAFIA (1997).


REFERÊNCIA



ALMEIDA, Ronaldo Rodrigo F.; OLIVEIRA, Valter Gomes Santos. Juventino Rodrigues e a Difusão da Fotografia em Jacobina (1930 – 1940). ANAIS do III Encontro Estadual de História: Poder, Cultura e Diversidade – ST 02: História e Imagem. Disponível em: http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_III/ronaldo_rodrigo.pdf. Acesso em: 26/01/2011.

PCNs HISTÓRIA E GEOGRAFIA, 1997.

Site Cidade do Ouro. Disponível em: http://www.cidadedoouro.com.br/2009/09/jacobina-ba-1-micareta-do-brasil.html. Acesso em: 01/06/2010

BIBLIOGRAFIAS INDICADAS
EMOS, Doracy Araújo. Jacobina, sua história e sua gente/memórias: Doracy Araújo Lemos, Jacobina. D. A. Lemos, 1995

SANTOS, Vanicléia Silva. Sons, danças e ritmos: A Micareta em Jacobina-Ba (1920-1950), Dissertação de Mestrado em História. Pontifícia Universidade Católica, SP, 2001

SILVA, Alcira Pereira Carvalho. Jacobina Sim . UFBA, 1986.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Marujada

Na cidade de  Jacobina tem:  A Marujada




A MARUJADA DE JACOBINA (*)
SUZANA ALICE MARCELINO CARDOSO
Bahia, Brasil


<<A1erta, alerta quem dorme!
Saia moça. Na janela,
Oi venha ver a. triste vida
Que 0 pobre maruja leva!»
(E o canto que, há. mais de duzentos
anos, entoam <<matinas>>, nas festas de São Benedito e Santo Antonio, os marujos de Jacobina (1), despertando a população.)


1. Auto popular, a Marujada é documentada ao Norte- -Nordeste do Brasil, quer sob esse nome, quer sob as designagação e chegança de marujos, chegança, de mouros, chegança simplesmente, barca, nau Catarine ta e fandango, revestindo-se,
conforme a região, de características especificas. As peculiaridades que distinguem as apresentações de uma para outra área dizem respeito não são a diversidade de textos recitados ou cantados, mas também a própria forma de apresentação e a composição do grupo, em alguns lugares constituído de mulheres, como indica CAMARA CASCUDO (2) para Marujada do Para, em outros, exclusivamente de homens, como é esta da qual nos ocupamos.
2. A Marujada de Jacobina sai sistemática e unicamente nas festas de Santo Antonio, padroeiro da cidade, dia 13 de Junho, e de São Benedito, santo muito festejado no município, ao qual são feitas e pagas muitas promessas, principalmente no seu dia, festa móvel no calendário cristão, realizada na segunda-feira imediata ao domingo de Pentecostes. Saem nessas duas festas porque estas eram, segundo a explicação da nossa informante, dona Antonia Francisca de Paula (3), as <<devog6es dos negros>>. -
A apresentação segue um ritual desenvolvido em três tempos:
1° <<Fazem a matina», isto é, desfilam muito cedo, pela madrugada, cantando 0 <<Alerta, alerta quem dorme>>. Saem
da Missão, bairro antigo da cidade, onde se situa a primeira igreja, construída no inicio da catequese dos índios, em 1626, e chegam até a porta da Igreja Matriz. Ai dançam, soltam foguetes e fazem a primeira homenagem- ao santo do dia, para logo a seguir retornar ao local da concentração.
2.° Retorno a Igreja Matriz, para a missa solene da festa,
sempre por volta das nove ou dez horas. i
3.” A terceira apresentação se faz a tarde e consiste em
acompanhar a. procissão em louvor do santo.
Cumprido o ritual, e apos ultima das três saídas,
tornou-se habito a Marujada ser recebida pelas famílias. Assim,
terminados os compromissos religiosos, os marujos percorrem
a cidade, visitando as casas de família, onde dançam, cantam,
recebem a homenagem da população e são obsequiados com
doces e bebidas. Depois de uma jornada tão intensa, recolhem-se
e ficam no aguardo da próxima festa ou do próximo ano.
3. A estrutura organizacional da Marujada é fixa, definida
através de postos hierárquicos assim identificados: um almirante, que é o mestre,
dois generais, dois capitães, um contra--mestre, calafates geralmente em número de seis,
 e marujos em número variável. Dispõem-se na seguinte ordem, quando
da composição do grupo para a apresentação: a frente o mestre
com a sua batuta (v. figura 1), ladeado pelos generais, que
ostentam espadas, e entre aquele e estes os calafates: seguem-se
os marujos e por fim 0 contra-mestre (v. figura 2), tendo a
seu lado os capitães. A frente de todos e <<puxando>> —como
dizem— a Marujada esta o violeiro. ‘
Os marujos, termo que identifica genericamente os participantes do grupo,
.independente da sua <<patente>>, são pessoas
de diferentes idades, que vivem a sua própria vida, trabalhando
em profissões diversas, e se refinem a cada ano, conservando-se
na sua maioria, mas sempre havendo defecgoes e novas participações,
para os ensaios que recomeçam sempre em Janeiro.
Os calafates são meninos cuja idade não ultrapassa os quinze
anos. Os oficiais, isto é, generais, capitães e contra-mestre
são escolhidos livremente. O almirante, porém, não é cargo
que se ocupe nem por idade nem por livre escolha, mas por
direito adquirido em virtude de pertencer a uma das duas
famílias —os Labatut e os Caranguejo —, as duas grandes
<<dinastias>> que sustentam a Marujada. Os componentes da
Marujada foram, desde a origem, pessoas negras, como o são
os que constituem as duas famílias em torno das quais se
alternam a sua direção e o seu comando, a família Labatut
e a família Caranguejo. Com 0 passar dos tempos, pessoas
de outras etnias começaram, ainda que parcimoniosamente, a
integrar 0 grupo que desfila, representando-se principalmente
na categoria dos calafates.
4. Os instrumentos usados são dois pandeiros, uma viola,
pandeirinhos tocados pelos calafates e castanholas pelos
marujos. Os oficiais, generais e capitães, usam espadas, 0
mestre e 0 contra-mestre tem batuta. Os textos recitados
são da competência dos oficiais que dão ordens; aos marujos
cabe responder a estas, cantando.
Os textos recitados se constituem, em ordens de variado
tipo. Ordem de saída, dada. pelo mestre:
<<Sendo Santo Antonio (‘)
Tesouro de alta categoria,
Hoje se acha. em cadeia. (5)
Anunciando a Maria».
A esta se seguem outras ordens, emitidas pelo contra-
-mestre, que declara:
<<Sou um contra-mestre pimpão,
Trago granadas no peito
E jóias de ouro na. mic».
e pelo capitão que acrescenta:
<<Contra.-mestre e calafates,
Tiro todos aqui de parte
Como capitão diretor,
Que a. voz va de canto a canto
A fim de louvarmos o glorioso santo».
d) cantos de despedida, como:
<<Oi já nos déi o coração
E os olhos de chorar,
Quando 0 contra-mestre manda
Pra ribeira embarcar!»
A temática dos cantos envolve, de um lado, insistentes
referências a vida do mar, at marinhagem; de outro, alude as
terras do antigo colonizador, ao mencionar Portugal, Porto,
Lisboa e a cidade de Vaganga, muito provavelmente Bragança.
5. A vestimenta nem sempre foi a mesma. Nos começos
era um uniforme branco completo, isto é, calça e palitó, todo
enfeitado de fita com lagos apregados. Na cabeça, usavam
uma carapuça que se mantinha erguida, armada, acabando
em forma. de funil, enfeitada de espelhos, fitas e ramos de
folheta, vestimenta que perdurou até 1931. A partir de então
os marujos passaram a usar roupa de marinheiro, branca com
azul marinho na festa de São Benedito e branca com vermelho
na festa de Santo Antonio.
6. A Marujada de Jacobina, como declarou nossa informantes,
<<tem seguramente seus duzentos e muitos anos e os
seus fundadores vieram de outras terras», argumentando com a
 citação de um trecho dos muitos cantos:
<<Meu padrinho São Benedito, espelho de Portugal»,
para concluir ela mesma: <<Se fosse daqui, por que ia falar
‘espelho de Portugal’?>>. Teria, na sua afirmação, origem, por-
tanto, no séc. XVIII, no que coincide com a datação proposta
por SiLvI0 ROMERO (’) para manifestação congênere, documentada no rio Grande do Norte. <
O posto mais importante —o de mestre, ocupado pelo
a1mirante- esteve sempre na mão de duas famílias -—0s
Labatut e os Caranguejo —, que o mantém numa sucessor
dinástica, alternando-se ou não, mas sempre assegurando-lhes,
e nunca transferindo a outras famílias, a primazia e o direito
de conduzir a Marujada. Dos nomes mais antigos, ligados a
histéria dos marujos, tem-se memória de João da Mata,
Benedito Caranguejo, José Labatut, Antonio dos Capins, além
do Caranguejo Velho, 0 Benedito Caranguejo, do qual era
sobrinho e afilhado João Caranguejo Novo, o João Vicente
de Deus. As famílias Labatut e Caranguejo seguiam as
determinações do velho Benedito Caranguejo e depois de João
Caranguejo e de seu. sucessor Manoel Vicente de Deus. Dos
primeiros que trouxeram a representação para a cidade, a
memória popular não guarda os nomes, nem conhece a historia.
Sabe-se, como declarou nossa informante, que vieram de fora.
Durante muito tempo esteve na mão dos Caranguejo 0
comando da Marujada. Com a morte de Manoel Teodoro
interrompe-se a cadeia sucessória dessa família e um autêntico
Labatut, Joaquim Francisco de Paula, ocupa 0 posto de
almirante, 0 mais alto grau hierárquico, cabendo a direção
a Antonia Francisca de Paula, irmã do novo mestre. A partir
de então e até 15 de Novembro de 1979 esteve a frente da
Marujada, como seu mestre, Joaquim Francisco de Paula,
mais conhecido por Joaquim Polia ou simplesmente Po1ia-
alcunha que herdou de um irmão portador de doença de pele
denominada popularmente <<po1ia». Polia recebeu dc João
Teodoro, que era, como dissemos, filho de Jofio Caranguejo, a
incumbência dc, por sua morte, exercer a função de mestre.
Morto Manoel Teodoro, estava já marcado: Joaquim Polia
seria 0 seu substituto, saindo dessa forma das mãos dos
Caranguejo, e passando aos Labatut, o comando dos marujos.
Conta a tradição, e assim nos relatou dona Antonia, que
Polia se manteve refratário de inicio a fazer continuar saindo
a Marujada, até quando lhe sucedeu desmaiar, acometido de
mal súbito, no cemitério local onde trabalhava. Ao começar a
falar, o que se lhe ouvira era a afirmação de que a Marujada
deveria continuar saindo, frase esta que, segundo os que a
escutaram, fora dita na própria voz do já falecido Manoel
Teodoro. Diante disso e depois disso, Polia jamais vacilou:
conduziu a Marujada, fé-la desfilar religiosamente todos os
anos até o da sua morte, 1979.
Como convém aos chefes de dinastia, Polia preparara e
indicara o seu sucessor: José Carlos Francisco de Paula, mais
conhecido como Santo, um jovem seu neto. José Francisco
de Paula, filho de Polia e pai do novo mestre Santo, não foi,
porém, 0 escolhido. Dona Antonia tem mais uma vez a justificativa:
certa vez Polia repreendeu seu filho José, quando
este era calafate, e desde então ele nunca mais desfilou, nem
como calafate, nem como marujo ao tornar-se adulto. Assim
se explica porque 0 cetro passou dc avo a neto, estando ainda
vivo 0 filho.
Os membros da família dos Caranguejo atualmente pouco
se interessam pela Marujada, na afirmação de nossa informante.
De todos a que maiores ligações mantém é Joventina Vicente
de Deus, Caranguejo de descendência e mulher do atual
contra-mestre Antonio Ciriaco, mais conhecido por Leitoa
ou Bute.
A Marujada de Jacobina esta, pois, sob a <<dinastia>> dos
Labatut: um Labatut por mestre, uma Labatut como diretora.
Os marujos continuam saindo, a tradição continua mantida,
os santos da devoção dos negros não deixaram de ser homenageados
apesar das dificuldades que a Vida atual impõe a
cada um e ao grupo como um todo, dificuldades manifestadas
por dona Antonia ao dizer em tom de desabafo: <<Os marujos
nunca tiveram uma sede, nunca receberam auxilio. A (mica
coisa que receberam foi um fardamento completo. O marujo
é uma tradição, não é para acabar. Tem de passar de um
para outro». E isto é o que esperamos, para que ao ouvirmos
dos marujos, a cada ano, o seu
<<Arritiremos, arritiremos,
sem mais demora.
Todos contentes,
vamos embora»,
tenhamos a certeza de que, contentes também nos, voltaremos
a ouvi-los e vê-los nos anos que virão.
                                                    
Referência:
CARDOSO, Suzana Alice Marcelino. A Marujada de Jacobina. Disponível em: <http://www.fl.ul.pt/unidades/centros/ctp/lusitana/lusitana5.htm>. Acesso em: 24 janeiro 2011.


Atualidade

             Entrevista cedida em pelo atual Almirante da Marujada de Jacobina: José Carlos Silva de Paula.    _______________________________________________ Atualmente, conserva-se a tradição das duas grandes dinastias da marujada, as famílias Labatut e a Caranguejo. José Carlos Silva de Paula ocupa o maior cargo da hierarquia na Marujada o de Almirante ou Mestre, ele, assim como outros dois membros são descendente da família Labatut, o seu neto Rômulo Vinicius que sai como Mestre Mirin e  seu primo que toca pandeiro. Quanto a família Caranguejo sai apenas um membro, o Capitão Edvaldo.  
No grupo é permitido apenas a participação de homens, somam 40 integrantes, em um caso excepcional a neta do Mestre José Carlos, Valquíria, desfilou ao lado do seu avó como Mestre Mirin, mas devido as polemicas geradas, o grupo optou por conserva a tradição.  O neto do Almirante, Rômulo Vinicius é quem acompanha o mestre e que será seu futuro sucessor.
Os demais cargos podem ser ocupados por qualquer pessoa da sociedade q tenha interesse em participar da festa folclórica, no entanto os cargos maiores são dados aqueles que participam da Marujada há mais tempo.
A cede da marujada localiza-se no bairro da Missão, local onde acontecem os ensaios paras as apresentações nas festas religiosas de Santo Antônio e São Benedito e de onde eles iniciam o seu percurso nessas datas festivas até a Igreja da Matriz onde acontecem mais apresentações do grupo, cantando as músicas que são entoadas a século, bem como canções que foram compostas em anos mais recentes junto com os falecidos Padre Alfredo Hasley e o Locutor Amado.
A Marujada de Jacobina conta com o financiamento do Governo Federal para despesas como, roupas, fogos para os festejos, instrumentos, etc..
Turistas, bem como pesquisadores, interessados na história da festa folclórica procuram os membros da Marujada para conhecer melhor essa cultura. O grupo também já se apresentou em outras cidades levando a cultura de jacobina para outras localidades. Embora outros lugares também tenham a Marujada, cada uma apresenta suas particularidades como é o caso de Jacobina que tem sua singularidade.
FONTE:  www.cidadedoouro.com.br